terça-feira, 19 de outubro de 2010

Amo-te por nada, Amor Meu


Amo-te por nada, Amor Meu.

Por amar-te, simplesmente.
E amar-te é toda razão de que preciso,
toda explicação,
todo juízo.

Flor secreta do Dragão,
que ouves na noite
                             o meu chamado
o meu amor, teu medo
o teu amor, segredo
                             que procuras esquecer,
amo-te por nada.


E se te amo, Amor Meu,
e muito, e tanto,
basta amar-te intensamente
e esperar-te por enquanto.

Aguardar tua chegada,
o despertar, a cavalgada,
para longe do castelo
tão seguro
transformado, obscuro, em labirinto,
é pra sempre,
mas eu sinto, não é tempo a eternidade.
É intensidade.

Amo-te, Ah! Amo-te!
E por nada, Amor Meu.
Por amar-te, simplesmente.
Para despertar contigo
ser teu par, teu grande amor,
guardião, melhor amigo.

Mas teu medo do que queres
faz fugires do que amas,
e de volta ao teu castelo,
ficas só, e só te enganas.
Como flor que desespera,
e escolhe, imprudente,
retomar estrada antiga,
renegar o amor que sente.

4 comentários:

  1. "Amo-te por nada" resume o que penso do amor. Não existe razão, simplesmente acontece, né?
    Só quem ama assim entende...

    Beijos, Marco, adorei!

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  2. Exatamente, Lu. Assim como a poesia, assim como a filosofia, o amor é em si mesmo. A importâncio do amor é o próprio amor. E ele serve a si próprio...

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  3. Ah, o amor... o único sentimento que se auto sustenta...
    E o medo de amar. O medo se entregar. Lindas palavras.

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  4. O medo de amar, Marcosa. Por que será? Amar seria assim tão intenso a ponto de ser constrangedor?

    No entanto, mesmo temendo amar, amamos. Não há como evitar.

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