terça-feira, 31 de dezembro de 2013



 Agora 
 
 
 
Estranho a tua falta.  Tanta é a expectativa de encontrar-te, que é quase como se não tivesses chegado ainda.  Apesar de o céu à frente me abrir todas as possibilidades, é o teu perfume, chegando-me aos poucos, que confirma teu beijo e o calor de tua presença aquecendo-me suavemente, meus olhos cerrados vendo melhor do que jamais pude perceber-te em mim mesmo, antes.  É como se cantasse uma canção improvisada neste instante, mas já a conhecesse de um sonho. E teu sorriso fosse ele mesmo o beijo, a canção e o sonho, e me inventasse novamente, e me movesse para um lugar onde, outra vez, eu pudesse me entregar a teu abraço, agora, enfim, sereno e silenciosamente feliz.

Feliz Ano Novo, meu amor...

A todos,

Feliz Ano Novo

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Imagem – O Beijo da Esfinge
de Franz von Stuck, DP

 

 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013


Sorriso e candelabros
 

Vindo de não sei de onde, chega-me um sono diferente, dominador e opiáceo. Feito de êxtase e morte, iluminado por candelabros antigos, traz com ele mesmo lábios de quem conheço, mas não identifico. Um beijo na boca, seguido pelo apagar das luzes, e um sorriso cálido fecham a minha janela e abrem-me inteiramente as portas da noite em sonho e delícia.

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Foto © Paulo Sallorenzo
Detalhe do quadro de Pedro Américo (MNBA)
“A noite acompanhada dos gênios
  do amor e do estudo”
sobre foto na Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro


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Revista |Ilustrada
http://www.sallorenzo.com.br/revista/index.htm


Blog
Sallorenzo Luz e Imagem
http://sallorenzoluzimagem.blogspot.com.br




 
 
 

 


sábado, 14 de dezembro de 2013


Dormir



 
Dormir nem sempre é ficar à toa
Às vezes quem dorme acorda
Às vezes quem dorme voa

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Foto © Paulo Sallorenzo
http://www.sallorenzo.com.br/revista/index.htm


 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Às vezes sinto como se sonhasse
 
Às vezes sinto como se sonhasse a mim mesmo, sonhando um sonho que me foi ensinado. Outras vezes acho que todo o restante é que é um sonho meu. Mas logo desperto e percebo que só posso ver mais e melhor depois que sonhar o sonho inteiro e aprender o meu próprio sonho. Entendo, então, que há uma forma correta de se sonhar, e que não posso aprendê-la. É preciso inventá-la. E nesse inventar percebo que nada disso me preocupa realmente e que, para mim, o importante é sonhar sem a ter certeza de nada...

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Foto © Paulo Sallorenzo