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Se na verdade veio do mar
o meu medo,
que fique no mar o meu cadáver.
E que tudo corresponda
à tua
presença
definitiva
naquilo que for a consequência
de
mim mesmo.
Se sou merecedor destes olhos,
que vez por outra
me
espreitam
por entre os movimentos,
que eu nunca dê o que devo dar
na mesma proporção e medida,
mas na proporção e medida
do meu apego
de homem desavisado.
Agora que te olho e sou devorado,
melhor não é devorar também
e com a mesma fúria,
mas ser furioso esperneando,
e fraco a ponto de morrer de amor.
Agora que te amo como amam os gatos
(que não sorriem,
mas ronronam alto
o suficiente),
apenas continuo a te amar
como desde o dia em que,
caçando ratos,
fui surpreendido rondando um castelo.
E se na verdade veio de você
o
meu castelo,
que em você fiquem cravadas as minhas
unhas.
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Ilustração,
Chat au Clair de Lune,
de Alexandre Steinlein
de Alexandre Steinlein