Noturno
insone, reluzente e magro, me procura.
Oculta num soluço a fruta úmida,
e sonha o seu desejo, obscura.
Da espreita,
pela noite, com efeito,
as garras arranhando o parapeito,
deslizo quarto adentro, num instante,
em sombra consciente e, em segredo,
invado os seus sonhos, docemente,
e a amo na delícia de seu medo.
as garras arranhando o parapeito,
deslizo quarto adentro, num instante,
em sombra consciente e, em segredo,
invado os seus sonhos, docemente,
e a amo na delícia de seu medo.
_______________________
Ilustração: Nu deitado,
Jules Joseph Lefebre, dp
Ilustração: Nu deitado,
Jules Joseph Lefebre, dp