Os olhos que espreitam
Os olhos que
espreitam são teus. Alma do que sinto sem compreender. Entregue, extático, observando navios no céu,
assombra-me o frio de tua ausência, que dita poemas sem sentido para um amor
que canta desolação e luz. Ampara-me o impacto de teu olhar surgindo
inesperadamente, voo da mulher amada, o manto negro como asas cheias de
estrelas, absurda e bela na escuridão. Rainha da noite mirando-me em meu abismo,
cantando comigo novas canções. Beijos de mãos nervosas e cálidas que me falam
de paixão e perdas. Carícias furtivas com que me invades à noite e juras amor
eterno.
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Foto © Paulo Sallorenzo