sábado, 26 de setembro de 2009

Mais sobre a Orquídea Negra

Alguns amigos, que leram atentamente Apaixonado sim... Mas sem prometer nada, estranharam a minha conversa sobre a paixão. Intrigaram-se, sobretudo, com a idéia da paixão como uma overdose de drogas endógenas e, talvez mais ainda, o nome Orquídea Negra, com que batizei esse coquetel alucinógeno que nos tira do eixo, quando estamos apaixonados. Questionaram também, embora divertidamente, a minha idéia do encantamento como substituto mais saudável para a paixão.
Marquinho, zombou de mim, amigavelmente, Yara, uma querida amiga aqui do Rio, você continua apaixonado, e apenas inventou outro nome para a paixão.


Mas não. Não foi à toa que dei o nome de Orquídea Negra a esse complexo químico/anímico/amoroso, e até passei a dica do conceito, quando sugeri que ouvissem a canção de mesmo nome, de Zé Ramalho e Jorge Mautner, interpretada tão carismaticamente pelo primeiro. É só ouvir a música e tudo se explica.

O encantamento, eu não o inventei. Apenas o descobrí, confessadamente perplexo, por ocasião do assombramento referido em Apaixonado sim... Ele não tem esses ingredientes tão dramáticos, como bem sabe outra amiga, Luciene, de São Paulo, que usou do termo e do conceito, como algo melhor e acima da paixão, em uma troca filosófica de idéias, que teve início antes mesmo que eu criasse este blog.

Deixo a cada um a sua escolha, a sua opinião. Ouça, cético amigo, cética amiga, Orquídea Negra, que eu postei abaixo, e veja se à poderosa e suave força do encantamento poderia ser debitada tanta e tão bela dor...


12 comentários:

  1. Interessante isso.. a diferença entre paixão e encantamento. Concordo com você sobre sua opinião nesse texto. A paixão.. se torna sinônimo de loucura (perde-se a razão). Já o encantamento é como luz.. transmite alegria. Realmente o encantamento se apresenta como uma forma mais saudável. :)

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  2. Acho que o encantamento é uma conquista dos apaixonados, Isis. Gostei da sua comparação entre a loucura (da paixão) e a luz (do encantanento). Isto me faz sentir no direito de chamá-lo, também, "alumbramento".

    Beijosssss,
    Marco

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  3. Aliás, Isis, chegou a notar a fúria dos violinos, quando ele canta "Lá fora ecoa a ventania"?

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  4. Oh, não tinha notado! Tive que ouvir novamente a música, rs
    Da primeira vez que ouvi, achei lindo o som do violino, mas não prestei muita atenção na relacão letra-melodia. Realmente nessa parte há como se fosse um sentimento de ver todos os caminhos trilhados ou não passando rapidamente como um filme, aos seus olhos; e depois na 2ª vez que repete "do que nunca volta jamais" e mais para o final, toca uma melodia que aparenta significar um lamento..
    Bem, é apenas uma interpretação, rs :)

    Beijoss
    Ísis

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  5. Eu vejo mais ou menos como você, Isis. Zé ramalho diz a letra não apenas nss palavras, mas na forma de cantá-las.

    Beijossss,

    Marco

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  6. Marquinho, meditando sobre o seu texto entendi bem a diferença entre o encantamento e a paixão. O encantamento é um amor profundo como a paixão, porém sem apego. É um sentimento que nasce dentro de nós de forma mágica e é emanado constamtemente sem se preocupar como ou se será recebido. Entendo que o sofrimento é o resultado da dualidade espírito (amor) e matéria (apego) em conflito. Quando o último é transcendido ou "bem resolvido", então o amor pode se mostrar por inteiro, revelando sua verdadeira essência. Esse tipo de amor está bem acima das mazelas humanas!

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  7. Olha só! Eu não disse, Mãe D'Água, que você é uma das minhas mais iluminadas consultoras? Taí porque...

    Beijossss,

    Marco

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  8. ah...vou dar um beijo longo no Fiszer, por ter me indicado essa página..quanto mais vasculho..mais fico enibriada...sempre amei zé cantando essa música..e tão raro achar quem goste e conheça...e quem escreva coisas tao semelhantes.....

    bjs ana maria

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  9. correçao....enebriada...(perdao erro de dedo) rss

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  10. Zé Ramalho é mesmo demais, um gênio, um poeta que diz coisas que a gente sente, de um jeito que parece adivinhar o que vai dentro da gente. "Orquídea Negra" e uma das canções dele (e de Mautner) de que mais gosto.
    Quanto ao "enebriante"... por que não? Pode ser a gente ficar inebriado "ene" vezes! Que, comigo, em geral, é o que acontece.

    Beijossss,

    Marco

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  11. Sou apaixonada/encantada/alumbrada por essa música!

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  12. Zé Ramalho canta e nos encanta com suas belíssimas canções. Amo todas e, Orquídea Negra é uma de minhas preferidas.

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