segunda-feira, 31 de dezembro de 2012



Em noites como esta
 
 

Em noites como esta, acontece-me, às vezes, perceber algo que não compreendo. Alguma coisa sobre o que nada sei, de que nada temo e de que nada espero. E quando a vejo mais de perto, é como se me acolhesse sem nada dizer.  Mas em sua proximidade não há perto, nem há distância, há identidade e comunhão. Nada muda, e apenas se intensifica e me toma por inteiro, sem reservas.  Torno-me por um instante aquilo que percebo, mas não contenho. Nenhuma conquista ou realização vem servir de prêmio ou desenhar sentido naquilo que se aguça, desde sempre vazio mas intenso e presente em um momento no qual tudo assenta sem recortes, sem euforia ou tristeza, num ponto, num instante luminoso em que emerge, soberana, toda paz.
 
Feliz Ano Novo

 

8 comentários:

  1. Que lindo! Intenso! bj. Rosana

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  2. Obrigado, Rosana! Bom ler você aqui!

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  3. Muito Lindo, aliás tens a veia da escrita!!
    Beijos Suely

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    1. Valeu, Suely! Pra mim escrever é fundamental.

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  4. Que Belo! Quantos sentidos despertos!
    Agradeço e retribuo os desejos de um Ano Feliz!
    Grande abraço,
    Rhose

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    1. Marco Antonio Coutinho10 de fevereiro de 2013 às 17:25

      Obrigado Rhose. Vamos manter despertos os sentidos em 2013!

      Beijosssss,
      Marco

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  5. Roberto:Um poema é uma pintura de palavras. És um grande pintor nas escolhas de seus poemas.

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  6. Obrigado, Roberto! Interessante a sua forma de ver a poesia! Eu, que sempre tive uma grande admiração pelas artes pláticas, fico surpreso e feliz em saber que,como poeta, posso exercê-la também. Obrigado!

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