domingo, 10 de fevereiro de 2013


                              Noturno

 
                                À noite, na janela, o corpo dela

                                insone, reluzente e magro, me procura.

                                Oculta num soluço a fruta úmida,

                                e  sonha o seu desejo, obscura.

 
                               Da espreita, pela noite, com efeito,

                               as garras arranhando o parapeito,

                               deslizo quarto adentro, num instante,

                               em sombra consciente e, em segredo,

                               invado os seus sonhos, docemente,

                               e a amo na delícia de seu medo.
 
 
_______________________
Ilustração: Nu deitado,
Jules Joseph Lefebre, dp



8 comentários:

  1. Respostas
    1. Marco Antonio Coutinho11 de fevereiro de 2013 às 20:32

      Todos os textos que você encontrar aqui são meus, Luiz Carlos.

      Fico feliz que tenha gostado1

      Abração,
      Marco

      Excluir
  2. Lindo, de um raro despudor com a sensibilidade masculina. Amei. Quero mais!!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  3. Adoro ler e mergulhar nas personagens. Lindo!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mas poesia é isto mesmo, linda... Mergulhar...

      Excluir
  4. Uma poesia deliciosa.
    As Palavras, as imagens que ela sugere, tudo se fecha numa mensagem de delícia total.
    Maravilha!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Beleza, PJ, valeu!

      Você o publicou em primeira mão na Ilustrada de janeiro! Fico feliz que ela tenha surgido ao leitor justamente por lá, com aquele ensaio fotográfico que é beleza pura (até eu fiquei bonito ali!)
      Obrigado!
      Marco

      Excluir