domingo, 24 de junho de 2012


Um caramanchão em Botafogo
 após a chuva






      Lábios carmim, carminhas nuas na noite,
        púbis art nouveau
       & beijo na boca da babá negra
        (lua obscura cantando a morte & o prazer).

        Vai alí o menino olhar o mistério menor da sala do piano
        & conhecer o subterrâneo dos universos de vidro

      — tempestade de merda no colégio de freiras —
      nú frontal de ratazanas atacando as aves,

      césares & marias de pernas ocultas aos frades
      & beleza amanhecendo.

      A casa dorme.

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Arte, Retrato de Moça, Gustav Klimt










4 comentários:

  1. Dá um pouco de medo.
    Beijos

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  2. Marco Antonio Coutinho31 de agosto de 2012 às 12:10

    Isto é, talvez, porque ele vai fundo, num universo que possivelmente não lhe seja totalmente estranho...

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  3. Roberto Gonçalves. "A casa dorme." Ando solitário pela casa, de quarto em quarto, a procura de ti com a lamparina acesa, enquanto tu dormes.

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  4. É... poderia ser até a continuação do poema, não é verdade?
    Grande abraço,
    Marco

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